O Senac é uma das instituições mais importantes do país e impacta a vida de milhões de pessoas todos os anos. No 23º CIAED tivemos a oportunidade de ouvir o caso da Senac e entender como este gigante da educação brasileira se organizou para levar educação à milhares de municípios. Na ocasião entrevistamos o Diretor de EAD e Cursos Livres, Anderson Malgueiro.
Ensino Privado: – “Estou agora com o Anderson Malgueiro, ele é Diretor de EAD e Cursos Livres do Senac. O caso do Senac é bastante interessante, é uma instituição extremamente escalada, ou seja, está presente em quase 03 mil municípios no Brasil e que tem um desafio muito grande para levar educação para todos estes pólos. Anderson, como que foi esta trajetória de vocês conseguirem levar o EAD de maneira consistente a todos estes municípios brasileiros?”
Anderson Malgueiro: – ”Inicialmente a gente precisa dizer que o Senac iniciou os seus trabalhos na década de 40, precisamente no ano de 1946, e desde então ele se destacou com os trabalhos na área de educação à distância, mas na época, com as tecnologias existente e nesse caso com as ondas do rádio ‘a universidade do ar’. Chegamos então nos municípios onde a educação não chegava, de uma forma ainda bastante rústica. Mas, com a evolução das tecnologias, passamos pela era da correspondência na educação à distância e por todas as tecnologias, com o surgimento da internet na década de 90 e com toda a evolução das tecnologias da comunicação. Atualmente o Senac abrange 54% dos municípios do nosso país de uma forma bastante eficiente, mas que teve ao longo desses anos todo um desenvolvimento. […] Iniciamos no final dos anos 90 e início dos anos 2000 a rede de pós-graduação à distância do Senac, onde tínhamos um compartilhamento do trabalho do departamento nacional, onde cada departamento regional, cada estado, comercializada os cursos de pós-graduação, mas isso com a evolução acabou se tornando pouco vantajoso ao sistema uma vez em que o Senac competia com o próprio Senac entre um estado e outro, principalmente nos limites de fronteira entre os estados. A partir de 2012, o Senac fez da seguinte maneira, ele optou por trabalhar quatro estados como os desenvolvedores dos cursos EAD, como o Senac atua desde a formação inicial e continuada dos cursos mais básicos existentes no mercado na área profissional e até cursos de mestrado, o Senac tem uma gama muito grande de cursos para trabalhar, neste sentido, foi a produção dos cursos foi segmentada, onde os cursos livres são produzidos por Santa Catarina e Paraná, os cursos técnicos produzidos no Rio Grande do Sul e os cursos superiores produzidos por São Paulo. Essa divisão, fez com que o Senac desenvolvesse seu foco de produção de cursos e os estados que não produzem aquele segmento de curso passa a ser polo. Assim, o Senac pode investir e focar na qualidade do atendimento aos alunos, fazendo com que os estados desenvolvedores dos cursos também fossem responsáveis pela execução e acompanhem dos alunos, ou seja, a estrutura está 100% focada no desenvolvimento e atendimento ao aluno, permitindo manter a qualidade e a organização como um todo. Os demais estados se concentram apenas na divulgação, comercialização e distribuição dos cursos.”
Ensino Privado: – “Então dessa forma, os pólos dos estados que não desenvolvem conteúdo se concentram mais no relacionamento com os clientes, enquanto os quatro estados se concentram em produzir e se organizar melhor?”
Anderson Malgueiro: – “Perfeitamente, isso fez com que tivéssemos mais foco nas atuações, uma maior direção do que está sendo feito, uma melhor condução das nossas tecnologias e, principalmente, a economicidade e escalabilidade que a educação à distância necessita para que ela seja viável, de uma forma acessível à população. Este foi o grande diferencial. Claro que tivemos que fazer ajustes, acertos, fazer a escolha de um ambiente virtual de qualidade, com um único modelo, uma única forma de acesso, mas isso faz hoje o Senac uma grande instituição.”
Ensino Privado: – “Concordo plenamente Anderson e algo que me chama bastante atenção no Senac é que, ao mesmo tempo que o negócio está numa escalabilidade muito grande, ele permite que tenha uma personalização muito grande, como vocês têm tratado essa dicotomia entre algo muito escalar versus um processo que permite falar de modo personalizado com o estudante?”
Anderson Malgueiro: – “Esse foi o ideal do projeto, aproveitar toda a estrutura que o Senac já tem desenvolvida em todo o país, com as suas instalações, as suas unidades e ao mesmo tempo fazer este grande ‘boom’ que a educação à distância proporciona que é trazer a educação para aqueles que não tem tanto acesso ou não tem uma escola profissionalizante perto da sua residência. Nesse sentido, possibilitou que o Senac atendesse os grandes centros e também proporcionou que se atenda os municípios mais distantes do país, onde sequer existe uma escola. Isso faz com que a gente possa tratar de uma forma equânime tanto o aluno que está no grande centro, quanto aquele aluno que está mais afastado, sempre mantendo a qualidade de ensino e atendimento.”
Felipe Mandawalli é Cofundador da Mettzer, empresa de tecnologia para Educação que desenvolve uma plataforma para gestão de pesquisas acadêmicas, que aumenta o faturamento das instituições de ensino superior. A Plataforma compreende soluções para busca de editais de pesquisa, gestão de editais de pesquisa, gestão do conhecimento, um editor de texto online que formata automaticamente os trabalhos acadêmicos nas Normas ABNT e um sistema de orientação online para os professores.