Pesquisa-ação: material completo desde o ciclo básico às organizações

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A pesquisa-ação ao mesmo tempo altera o que está sendo pesquisado e se limita pelo contexto e pela ética da prática.


O que é pesquisa-ação? Conceito

A pesquisa-ação é uma forma de investigação-ação que utiliza técnicas de pesquisa consagradas para informar a ação que se decide tomar para melhorar a prática.

Com o objetivo de aprofundar o conteúdo deste post, utilizamos informações oficiais de dois principais autores na temática, David Tripp e Michel Thiollent.

Segundo Tripp, ainda que a pesquisa-ação tenda a ser pragmática, ela se distingue da prática.

Embora ela seja pesquisa, também se distingue claramente da pesquisa científica tradicional, principalmente porque a pesquisa-ação ao mesmo tempo altera o que está sendo pesquisado e é limitada pelo contexto e pela ética da prática.

Neste sentido, a pesquisa-ação requer ação tanto nas áreas da prática quanto da pesquisa, de modo que, em maior ou menor medida, terá características tanto da prática rotineira quanto da pesquisa científica.

Este tipo de pesquisa é um ótimo desafio para quem está em fase de TCC, monografia ou escrevendo outros tipos de pesquisa.

Pesquisa-ação: uma introdução metodológica

Inicialmente, utilizamos da análise de Tripp para pensar uma reflexão acerca da pesquisa-ação.

Para o autor, se qualquer tipo de reflexão sobre a ação é chamada de pesquisa-ação, podemos sofrer rejeição exatamente por parte das pessoas com as quais contamos para aprovação ou financiamento do trabalho universitário.

Assim como aconteceu com a pesquisa qualitativa cerca de vinte anos atrás, o autor afirma ser procurado agora regularmente por estudantes graduados aos quais não se permite usarem pesquisa-ação para suas teses.

Esta é a razão de valorizarmos os passos e as metodologias desta metodologia de pesquisa.

Características da pesquisa-ação

Pensando neste reflexão, organizamos de forma detalhada 10 características fundamentais para a realização deste tipo de pesquisa.

1. A pesquisa-ação deve ser contínua e não repetida ou ocasional

Neste sentido, não se pode repetidamente realizar pesquisas-ação sobre a prática de alguém, com delimitação temporal.

Entretanto, deve-se regularmente trabalhar para melhorar um aspecto da prática, de modo que deva ser mais frequente do que ocasional.

2. A prática tende a ser uma questão de reagir eficaz e imediatamente

Enquanto a pesquisa científica tende a operar de acordo com protocolos metodológicos determinados. A pesquisa-ação fica entre os dois (a prática e a pesquisa científica), porque é pró-ativa com respeito à mudança, e sua mudança é estratégica.

Neste sentido a ação é baseada na compreensão alcançada por meio da análise de informações de pesquisa.

Por outro lado, contrapõe-se à ação que é limitada por protocolos de pesquisa.

Assim, a metodologia é sempre preeminente na pesquisa científica, embora na pesquisa-ação a metodologia deve sempre estar de acordo com a prática, de modo que não se decida deixar de tentar avaliar a mudança por não se dispor de uma boa medida ou dados básicos adequados.

Entretanto, deve-se buscar fazer julgamentos baseados na melhor evidência que se possa produzir.

3. A pesquisa-ação é participativa

Enquanto a prática rotineira tende a ser a única responsabilidade do prático, ainda que atualmente a maioria das pesquisas seja realizada em equipe, a pesquisa-ação é participativa na medida em que inclui todos os que estão envolvidos nela.

Além disso, deve ser colaborativa em seu modo de trabalhar.

4. Não há manipulação da situação

Tanto a pesquisa-ação quanto a pesquisa científica são experimentais porquanto fazem as coisas acontecerem para ver o que realmente acontece.

Entretanto, como a pesquisa-ação ocorre em cenários sociais não manipulados, ela não segue os cânones de variáveis controladas comuns à pesquisa científica, de modo que pode ser chamada mais geralmente de intervencionista do que mais estritamente experimental.

5. A pesquisa-ação sempre começa a partir de algum tipo de problema

A prática rotineira normalmente não considera muito o exame de seus procedimentos, valores e eficácia, mas como processo de aprimoramento, a pesquisa-ação sempre começa a partir de algum tipo de problema e muitas vezes se aplica o termo “problema-tizar”.

Deste modo, a pesquisa-ação socialmente crítica começa muitas vezes com um exame sobre a quem cabe o problema, o que é uma forma de problematização.

A pesquisa-ação, é claro, muitas vezes também é comprometida, mas mesmo nesse caso isso a limita muito menos do que a pesquisa científica.

6. A pesquisa-ação é sempre deliberativa

A prática rotineira corrente geralmente só é vivenciada pelos participantes.

Entretanto,  quando se torna necessário algum julgamento profissional importante, a deliberação ocorre e o processo se desloca mais na direção da investigação-ação, uma vez que o prático comumente seguirá os resultados do julgamento a fim de aprender com ele.

Deste modo, a pesquisa-ação é sempre deliberativa porque se aventura no desconhecido.

Por isso, é preciso fazer julgamentos competentes a respeito daquilo que mais provavelmente melhora a situação de maneira mais eficaz.

A pesquisa científica, o mais das vezes, é discutida no sentido formal de teorização indutiva e dedutiva.

Então, esses processos são por certo utilizados na pesquisa-ação, não porém para produzir conclusões e previsões positivistas, que são muito diferentes de bons julgamentos profissionais.

7. A pesquisa-ação fica entre o não-registro e a rigorosa revisão

A pesquisa-ação fica em algum ponto entre o não-registro da maior parte do que acontece na prática rotineira e a rigorosa revisão.

Tal revisão se refere aos pares, do método, dos dados e das conclusões da pesquisa científica.

Neste sentido, a pesquisa-ação tende a documentar o progresso, tanto por meio da compilação de um portfólio, do tipo de informações regularmente produzidas ou pela prática rotineira.

8. Não se deve ter preocupações com a prática

O critério principal para a prática rotineira é que ela funcione bem.

Deste modo, preocupações sobre como e por que ela funciona só surgem quando há problemas ou quando se pode fazer melhoras.

Tais condições tenderão a uma investigação-ação, mas não para uma modalidade de pesquisa-ação, em que compreender o problema e saber por que ele ocorre são essenciais para projetar mudanças que melhorem a situação.

Portanto, na pesquisa-ação, o necessário é explicar os fenômenos, não é seu objetivo construir o tipo de rede de explicações implicadas na teoria científica.

9. A pesquisa-ação não é generalizada

A pesquisa-ação é individualizada e age em determinado grupo, realidade ou problemática.

Portanto, contexto, processos e resultados da prática rotineira se limitam aos da prática envolvida, enquanto a pesquisa científica visa a uma generalização mais ampla possível.

10. Deve dar uma contribuição ponderável ao conhecimento do prático

Tendo em vista que o conhecimento obtido na prática rotineira tende a permanecer com a prática individual, o obtido na pesquisa-ação destina-se a ser compartilhado e disseminado por meio de rede de ensino e não de publicações como acontece com a pesquisa científica.

Pesquisa ação nas organizações – Thiollent

Tendo em vista o assunto da utilização da pesquisa-ação nas organizações, o autor Thiollent se destaca com a sua obra, sendo o principal autor neste estudo.

Assim, a pesquisa proposta pelo autor tem como foco metodológico a pesquisa-ação nas organizações, com ou sem fins lucrativos.

Sua utilização pode auxiliar os processos de estudo e análise das empresas, detectando problemas de gestão, especialmente de forma participativa.

Em sua obra principal, o autor discorre sobre a intervenção e a pesquisa em organizações.

Seguindo a sua análise, o maior objetivo da pesquisa-ação seria proporcionar novas informações, gerar e produzir conhecimento que traga melhorias e soluções para toda organização.

Além disso, o autor afirma que o conhecimento não é somente para informar, mas, principalmente, para conscientizar o grupo.

Diante de um mercado que sofre constantes mudanças, a aplicação de uma pesquisa em que os sujeitos também são construtores (ativos) da pesquisa, é proporcionar a inserção deles, pois a pesquisa é construída de forma participativa seguindo as mesmas características apresentadas anteriormente.

Ciclo básico da investigação-ação na pesquisa-ação

A pesquisa-ação está do que é considerado investigação-ação, que, como o próprio nome já diz, propõe uma investigação agregada à ação.

Por isso, deve seguir este ciclo:

Pesquisa-ação e pesquisa participante

Em razão da infinidade de tipos de pesquisa, é comum surgir dúvidas em relação às diferenças e similaridades entre algumas. Como é o caso da pesquisa participante e da pesquisa ação.

Então, a pesquisa participante caracteriza-se pelo envolvimento e identificação do pesquisador com as pessoas investigadas.

Assim, conforme explica Fonseca (2002), a pesquisa participante foi criada por Bronislaw Malinowski para conhecer os nativos das ilhas Trobriand, ele foi se tornar um deles. Rompendo com a sociedade ocidental, montava sua tenda nas aldeias que desejava estudar, aprendia suas línguas e observava sua vida cotidiana.

Principal diferença entre a pesquisa participante e a pesquisa-ação

Assim, a pesquisa-ação distingue-se claramente da prática e da pesquisa científica tradicional, principalmente porque ao mesmo tempo altera o que está sendo pesquisado e é limitada pelo contexto e pela ética da prática.

pesquisa ação e participante

Formatação da pesquisa participante nas normas da ABNT

Tendo em vista a importância deste tipo de abordagem metodológica, é interessante que os seus resultados sejam publicizados.

Para isso, o primeiro passo é estudar profundamente para inseri-la em seu projeto de pesquisa.

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Referência

David TRIPP. Pesquisa-ação: uma introdução metodológica. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 31, n. 3, p. 443-466, set./dez. 2005
THIOLLENT, Michel. Pesquisa-Ação nas Organizações. São Paulo: Atlas, 1997

FONSECA, J. J. S. Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: UEC, 2002. Apostila.
THIOLLENT, M. Metodologia da pesquisa-ação. São Paulo: Cortez & Autores Associados, 1988.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
http://if.ufmt.br/eenci/artigos/Artigo_ID419/v12_n7_a2017.pdf

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