Pesquisa participante: do conceito aos passos metodológicos

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A pesquisa participante busca o envolvimento da comunidade na análise de sua própria realidade e se desenvolve a partir da interação entre pesquisadores e membros das situações investigadas.


O que é pesquisa participante? Conceitos e características

Inicialmente, este tipo de pesquisa caracteriza-se pelo envolvimento e identificação do pesquisador com as pessoas investigadas.

Assim, conforme explica Fonseca (2002), a pesquisa participante foi criada por Bronislaw Malinowski para conhecer os nativos das ilhas Trobriand, ele foi se tornar um deles. Rompendo com a sociedade ocidental, montava sua tenda nas aldeias que desejava estudar, aprendia suas línguas e observava sua vida cotidiana.

Deste modo, esse tipo de pesquisa pode ser utilizado tanto em TCCs, monografias, dissertações, teses ou artigos científicos para publicação em periódicos ou anais de evento.

Objetivos da pesquisa participante

Desta forma, a pesquisa participante busca o envolvimento da comunidade na análise de sua própria realidade.

Para tanto, se desenvolve a partir da interação entre pesquisadores e membros das situações investigadas.

Portanto, a pesquisa Participante busca os interesses da comunidade na sua própria análise visando encontrar problemas reais para serem debatidos e estudados.

Exemplos de pesquisa participante

Ainda, em relação aos exemplos, pode-se afirmar que os melhores exemplos de aplicação da pesquisa participante são o estabelecimento de programas públicos ou plataformas políticas e a determinação de ações básicas de grupos de trabalho.

Características de uma Pesquisa Participante

Neste sentido, a pesquisa participante busca conhecer e agir para encontrar uma ação de mudança em busca do benefício do grupo estudado, então, é cercada por várias características próprias, como:

Integra um processo de Conhecer e Agir

Simultaneamente, a população da pesquisa participante deve poder aumentar seu entendimento e conhecimento de uma situação particular, fazendo parte de uma ação de mudança.

É iniciada em uma realidade concreta

Para tanto, os pesquisados já devem convivem e pretender mudar essa realidade.

Então caso os pesquisados tenham a própria consciência do problema, a própria população inicia o processo, podendo mesmo dispensar o pesquisador.

Para isso o envolvimento da população é essencial, já que sua extensão e natureza da participação não são fixas.

Mas, é muito importante ter em mente que este tipo de pesquisa deve ser flexível e adaptável, porquanto visa reduzir ou eliminar as limitações de uma pesquisa tradicional.

Assim, pode-de empregar métodos tradicionais na coleta de dados, mas procura posturas qualitativas e a comunicação interpessoal.

Além de um processo coletivo é uma experiência educativa.

A população deve ter conhecimento do processo

Neste sentido, é fundamental que a população ou grupo participantes conheça todos os passos metodológicos, sem diferenças entre quem pesquisa e quem é pesquisado e pesquisada, e sem colocar o grupo na situação de “objeto”.

Como desenvolver uma pesquisa participante

1. Montagem institucional e metodológica da Pesquisa Participante

Em primeiro lugar, pensando na montagem institucional e metodológica, deve-se realizar:

  • Definição dos objetivos, conceitos, hipóteses, métodos e do quadro teórico da pesquisa;
  • Delimitação da região a ser estudada;
  • Organização do processo de pesquisa participante. Quais grupos serão associados, distribuição das tarefas, procedimentos e partilha das decisões e etc;
  • Seleção e formação dos pesquisadores ou de grupos de pesquisa;
  • Elaboração do Cronograma de operações a serem realizadas.

2 . Estudo preliminar da região e população envolvida

Na sequência, o segundo passo da pesquisa participantes abrange:

  • Primeiramente, identificar a estrutura social da população envolvida;
  • Depois, diferenciar as necessidades e os problemas da população estudada e selecionar a população para a qual se deseja intervir;
  • Na sequência, preparar uma efetiva descentralização da pesquisa ao nível dos grupos sociais mais oprimidos e mais afastados do poder, de modo geral;
  • Para então descoberta do universo vivido pelos pesquisados  colher os dados socioeconômicos e tecnológicos, para receber o retorno da população.

3. Análise crítica dos problemas considerados prioritários

Já, para a análise crítica dos problemas considerados, podemos dizer que são poucos “passos” obrigatórios, até mesmo pela flexibilidade da pesquisa.

Entretanto, este será possivelmente o passo que mais levará tempo, pela sua importância, pense em:

  • Constituição de grupos de estudos;
  • Análise crítica dos problemas.

4 . Programação e aplicação de um plano de ação 

Deste modo, o plano de ação deverá contribuir para a solução dos problemas encontrados e conta com:

  • Atividades educativas que permitam analisar melhor os problemas e as situações vividas;
  • Medidas que possam melhorar a situação a nível local;
  • Ações educativas que permitam cumprir essas medidas;
  • Ações para promover as soluções identificadas a médio e longo prazo.

Pesquisa participante e Pesquisa-ação

Tendo em vista a infinidade de tipos de pesquisa, é comum termos dúvida em relação às diferenças e similaridades entre algumas. Como é o caso da pesquisa participante e da pesquisa ação.

Neste sentido, buscamos as definições científicas do que seria a Pesquisa-ação. Como define Thiollent (1988): A pesquisa ação é um tipo de investigação social com base empírica que é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo no qual os pesquisadores e os participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo.

Ainda, para Fonseca (2002, p. 34) : A pesquisa-ação pressupõe uma participação planejada do pesquisador na situação problemática a ser investigada.

Portanto, o processo de pesquisa recorre a uma metodologia sistemática, no sentido de transformar as realidades observadas, a partir da sua compreensão, conhecimento e compromisso para a ação dos elementos envolvidos na pesquisa.

Deste modo, o objeto da pesquisa-ação é uma situação social situada em conjunto e não um conjunto de variáveis isoladas que se poderiam analisar independentemente do resto.

Ainda, o investigador deve abandonar o papel de observador em proveito de uma atitude participativa e de uma relação sujeito a sujeito com os outros parceiros.

Portanto, o pesquisador quando participa na ação traz consigo uma série de conhecimentos que serão o substrato para a realização da sua análise reflexiva sobre a realidade e os elementos que a integram. A reflexão sobre a prática implica em modificações no conhecimento do pesquisador.

Características entre a pesquisa participante e a pesquisa-ação

Neste sentido, para Gil (2012), a pesquisa-ação e a pesquisa participante apresentam algumas características em comum:

  • Em primeiro lugar, ambas são modelos alternativos de pesquisa que vem sendo propostos com o objetivo de obter resultados socialmente mais relevantes;
  • Ademais, caracterizam-se pelo envolvimento do pesquisador e pesquisado;
  • Além disso, o relacionamento entre pesquisador e pesquisado não se dá como mera observação do primeiro, pelo segundo, mas ambos acabam identificando-se, sobretudo, quando os objetivos são sujeitos sociais também, o que permite desfazer a ideia de objeto que caberia apenas em ciências naturais;

Principal diferença entre a pesquisa participante e a pesquisa-ação

Assim, a pesquisa-ação distingue-se claramente da prática e da pesquisa científica tradicional, principalmente porque ao mesmo tempo altera o que está sendo pesquisado e é limitada pelo contexto e pela ética da prática.

pesquisa ação e participante

Formatação da pesquisa participante nas normas da ABNT

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Referências

FONSECA, J. J. S. Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: UEC, 2002. Apostila.
THIOLLENT, M. Metodologia da pesquisa-ação. São Paulo: Cortez & Autores Associados, 1988.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
http://if.ufmt.br/eenci/artigos/Artigo_ID419/v12_n7_a2017.pdf

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8 comentários em “Pesquisa participante: do conceito aos passos metodológicos”

  1. Tenho lido muito sobre pesquisa participante, muito boa sua explicação. Refências sólidas e o quadro é esclarecedor. Obrigada!!

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