A experiência “multi” dentro da pesquisa científica na comunicação

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Texto escrito por colaboradoras das colunas da Mettzer.

O objetivo deste relato é demonstrar o caminho traçado no Grupo de Pesquisa Direito à Cidade, através da bolsa de iniciação científica. Temos o intuito de trazer informações sobre as fases e os parceiros nesse processo.

Utilizamos recursos literários, conhecimentos em fotografia e  materiais de audiovisual para compreender Salvador em suas nuances. O autoconhecimento e uma carga teórica e prática essenciais para outras experiências de trabalho são resultados desse processo.  Uma somatória de  conhecimentos a todo momento. 

Dois novos olhares são adicionados neste momento sobre a perspectiva do Direito à Cidade: o primeiro contato e a trajetória transdisciplinar. Nossas vivências estão postas neste relato como parte da absorção de conhecimento que obtivemos através da transdisciplinaridade envolvendo pesquisa científica, atividades de extensão e estágio voluntário.

O PRIMEIRO CONTATO

O mundo da iniciação científica pode parecer muito distante e limitante. Às vezes, pode amedrontar quem está no início da caminhada acadêmica. Mas alguns fatores tornam a experiência enriquecedora: a oportunidade de trabalhar com temas que conversam com nossos interesses e que fornecem oportunidades de descobertas, além de poder contar com uma orientação disposta a trabalhar a partir da transdisciplinaridade para garantir o crescimento do grupo. Uma aprendizagem engessada jamais alcançaria esses aspectos. 

A nossa experiência com a iniciação científica começou no segundo semestre da faculdade, pensando em unir a fotografia e a vivência na cidade de Salvador. Esse foi o gancho para o nosso encanto com o Grupo de Pesquisa Direto à Cidade. O grupo é formado por uma equipe heterogênea de estudantes de Urbanismo, Direito e Comunicação.

Além do mais, conta com a parceria do Centro de Estudos e Ação Social (CEAS), que contribuiu muito para a nossa aproximação com a luta e a resistência dos movimentos sociais e das comunidades do Centro Histórico de Salvador.

A nossa maior responsabilidade era estudar e compreender a forma como a cidade manifestava a vivência de seus moradores. Cada bairro tem sua particularidade. Isso é ainda mais latente quando observamos a quantidade de “casas versus prédios” e a maneira como a arte é apresentada em cada uma das ruas. 

Quer um exemplo prático que pode ser observado a olho nu? Então, as ruas que sofriam com a constante cobiça da especulação imobiliária gritava por “Direito à moradia digna!” nas paredes e cartazes. Por outro lado, os bairros elitizados exibiam pinturas, grafites assinados por artistas e autorizados pela prefeitura.

TRAJETÓRIA TRANSDISCIPLINAR

Para registrar todo esse novo mundo que começamos a explorar, contamos com o apoio da Tv Universitária da Uneb (WebTv Uneb). Em troca, estagiamos neste núcleo durante o desenvolvimento da nossa pesquisa.

Essa parceria encontrou diversos pontos em comum com a nossa atuação no Centro Antigo de Salvador junto às comunidades. Por exemplo, no Fórum Social Mundial (2018), em que apuramos nosso senso de fotografia e aprendemos a gravar durante as rodas de conversa e encontros sobre temas relacionados à moradia na cidade soteropolitana. 

Enquanto nós fomos redescobrindo a cidade que morávamos sob uma perspectiva completamente nova, também aprendemos sobre assuntos técnicos. Por exemplo, como operar uma câmera mais sofisticada, como editar um vídeo, como montar um roteiro para documentário e para reportagem. 

Além do mais, nos aprofundamos teoricamente em todos os assuntos que foram surgindo durante a nossa experiência: A Imagem da Cidade com Kevin Lynch, Morte e Vida de grandes cidades com Jane Jacobs, O Centro da Cidade do Salvador com Milton Santos, Sobre a Fotografia com Susan Sontag e tantos outros. 

MAS, AFINAL, QUAL FOI O RESULTADO DA EXPERIÊNCIA DE VOCÊS?

Para nós, uma nova cidade nasceu.

Para quem luta pelo seu direito à moradia, mais aliados. 

Para a academia, mais um relato mostrando que um caminho multidisciplinar, que não trate pessoas como meros “objetos de pesquisa”, pode render muito mais.

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