Um guia sobre epistemologia: para entender melhor o que é a teoria do conhecimento

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Um guia para te explicar o que é, quais os objetivos e para quê serve a epistemologia no estudo da ciência.


Sumário

  1. O que é epistemologia?
  2. 3 diretrizes da epistemologia
  3. Qual é o objetivo da epistemologia?
  4. Para que serve a epistemologia para ciência?
  5. A Mettzer pode te ajudar a fazer seu trabalho

O nome pode até parecer complicado. Mas o conceito de epistemologia em si não é tanto. Trata-se de tema filosófico, mas com aplicações bastante práticas.

Afinal de contas, ela estuda todas as questões que envolvem o conhecimento e a forma de conhecer. E o conhecimento está por todos os cantos, né?

Se você quer entender sobre esse assunto, corre aqui. Esse artigo vai te explicar o que é e quais os objetivos da epistemologia e para que serve a teoria do conhecimento para a ciência 🙂

O que é epistemologia?

Antes de mais nada, é importante entender a definição de epistemologia. De forma geral, epistemologia — ou teoria do conhecimento, é uma área da filosofia que estuda o conhecimento.

Como sempre, a origem da palavra ajuda a entender melhor o conceito. Epistem, do grego, significa conhecimento e logia significa estudo. Assim, epistemologia é o estudo do conhecimento.

Em outras palavras, é a área que estuda todas as questões referentes ao conhecimento como, por exemplo, a diferença entre conhecimento científico e senso comum ou como o conhecimento se forma.

3 diretrizes da epistemologia

Nesse contexto, a epistemologia compreende 3 diretrizes principais:

O que é crença

A crença é aquilo que as pessoas acreditam que é verdade. Ou seja, uma afirmação que as pessoas confiam que seja verdadeira.

Então, a fé religiosa é uma crença. Por exemplo, a confiança de que Deus existe.

O que é verdade

A definição de verdade não é unânime. Algumas pessoas acreditam que a verdade é o alinhamento da inteligência humana ao objeto de estudo. Outras pessoas, no entanto, acreditam que a verdade é a perspectiva mais aceita na sociedade.

Então, por exemplo, é uma verdade que as notas de dinheiro têm valor. A maioria das pessoas no mundo vão concordar com essa afirmação e existem instituições de organização da sociedade que levam isso em consideração.

Mas é uma perspectiva. Algumas pessoas que convivem da própria subsistência podem acreditar que dinheiro é só um papel.

O que é a justificativa

Por fim, a justificativa é a razão de que alguma crença é verdadeira. Ou seja, os argumentos que utilizam para justificar a veracidade de uma crença.

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Qual é o objetivo da epistemologia?

Em resumo, o objetivo da epistemologia é entender as formas pelas quais as pessoas adquirem conhecimento. Sendo assim, todas as questões da epistemologia envolvem três questões principais:

  • O que é conhecimento?
  • Quais são as fontes do conhecimento?
  • Quais são as possibilidades e os limites do conhecimento?

Ou seja, a finalidade central é justificar, de forma objetiva e lógica, a origem do conhecimento.

Para que serve a epistemologia na ciência?

Quando encontra a ciência, a epistemologia serve para mostrar que nenhuma teoria é absoluta. Então, apesar de ser um conhecimento verdadeiro sobrea realidade, o conhecimento científico jamais é estável.

Afinal de contas, as principais características do conhecimento científico é poder ser questionado e, se for o caso, sofrer constantes atualizações.

Por isso que diz que conhecimentos científicos são verdades provisórias. Isso quer dizer que, no atual desenvolvimento científico, essa é uma verdade. Mas nada se garante sobre quais serão as descobertas científicas de amanhã.

E, claro, essa discussão pode ser bem mais profunda. Inclusive, sobre esse tema, dois autores se destacaram bastante: Karl Popper e Thomas Khun. Talvez você já tenha ouvido falar sobre eles.

Em resumo, Karl Popper elaborou o critério da refutabilidade como parâmetro para aceitar ou abandonar uma teoria científica. Ou seja, a premissa de que todo conhecimento científico pode ser provado falso.

Por outro lado, Thomas Kuhn entende o conhecimento científico a partir do movimento de alternância de paradigmas. Isto é, sua teoria explica que os paradigmas se sustentam a partir de sua aceitação pela comunidade científica.

Epistemologia crítica — o conhecimento partir de outras perspectivas

No entanto, dentre tantas linhas de estudo da epistemologia, existe uma que me interessa muito: a epistemologia crítica.

E o motivo é bastante simples: ela tem a capacidade de abrir a cabeça e nos fazer refletir sobre conceitos que, muitas vezes, consideramos imutáveis. Nada melhor para quem gosta de questionar e ir profundo nas questões né? E, você vai perceber, isso tem tudo a ver com nossas ideias aqui da Mettzer.

Bom, a epistemologia crítica parte do pressuposto de que o conhecimento científico tem origem a partir de uma única perspectiva: dos lugares das pessoas que podem (e conseguem, por diversos fatores) produzir ciência.

Afinal de contas, as pessoas só consideram como verdades as realidades que elas conhecem.

E é só abrir um pouco os olhos pra perceber que são sempre as mesmas pessoas, em geral, que conseguem produzir conhecimentos científicos: na maioria, homens, brancos, da Europa ou dos Estados Unidos.

Em algum ponto perdido deste universo, cujo clarão se estende a inúmeros sistemas solares, houve, uma vez, um astro sobre o qual animais inteligentes inventaram o conhecimento. Foi o instante da maior mentira e da suprema arrogância da história universal“.

Michel Focault

Existe, portanto, um recorte de classe, de gênero, de geografia e de raça nos conhecimentos científicos. Por isso que se diz que os paradigmas eurocêntricos — que colocam a Europa como centro do mundo, que inspiraram a filosofia e a ciência ocidental nos últimos quinhentos anos (pelo menos!).

Existe uma autora que escreve muito bem sobre isso: Donna Haraway. Ela diz que os conhecimentos sempre são situados. Ou seja, vêm de um lugar.

Se o conhecimento científico só parte de uma perspectiva, as consequências são bastante claras: ele não considera outras realidades. Então, o que pode ser verdade para uma realidade, pode não funcionar para outra. E aí que está o problema.

A partir disso, inventou-se conhecimentos fantasiados de cientificidade, de veracidade e que possuem credibilidade, em detrimento de outros saberes – que ficam do outro lado da linha – que são marginalizados e excluídos.

Nessa ideia, Sueli Carneiro, uma filósofa brasileira muito importante, construiu o conceito de epistemicídio, que é a anulação e a desqualificação do conhecimento de outras pessoas, em razão de um processo de negação de acesso à educação e inferiorização intelectual.

Essas ideias admitem que todo conhecimento é ignorante em relação a algum saber e que a construção de um pensamento que se contrapõe ao conhecimento científico “universal e dominante” pressupõe o diálogo de diversos saberes que foram inviabilizados pela produção do conhecimento moderno.

Nessa perspectiva, surgem epistemologias a partir dessas outras visões: epistemologias feministas, para considerar os saberes das mulheres; epistemologias do Sul, que considera o conhecimento da América Latina; e epistemologia afrocêntrica, que considera os conhecimentos das pessoas negras.

Vou deixar as referências bibliográficas aqui no final do texto, para quem se interessar em se aprofundar sobre esse assunto.

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Referências

CARNEIRO, Sueli. A construção do outro como não-ser como fundamento do ser. 2005. Tese (Doutorado em Educação) – Curso de Educação – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005.

FOCAULT, Michel. A verdade e as formas jurídicas. Rio de Janeiro: Editora Nau, 2005.

HARAWAY. Donna. Saberes localizados: a questão da ciência para o feminismo e o privilégio da perspectiva parcial. Cadernos Pagu, n. 5, p. 07-41, 1995.

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