Um guia para te explicar o que é, quais os objetivos e para quê serve a epistemologia no estudo da ciência.
Sumário
- O que é epistemologia?
- 3 diretrizes da epistemologia
- Qual é o objetivo da epistemologia?
- Para que serve a epistemologia para ciência?
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O nome pode até parecer complicado. Mas o conceito de epistemologia em si não é tanto. Trata-se de tema filosófico, mas com aplicações bastante práticas.
Afinal de contas, ela estuda todas as questões que envolvem o conhecimento e a forma de conhecer. E o conhecimento está por todos os cantos, né?
Se você quer entender sobre esse assunto, corre aqui. Esse artigo vai te explicar o que é e quais os objetivos da epistemologia e para que serve a teoria do conhecimento para a ciência 🙂
O que é epistemologia?
Antes de mais nada, é importante entender a definição de epistemologia. De forma geral, epistemologia — ou teoria do conhecimento, é uma área da filosofia que estuda o conhecimento.
Como sempre, a origem da palavra ajuda a entender melhor o conceito. Epistem, do grego, significa conhecimento e logia significa estudo. Assim, epistemologia é o estudo do conhecimento.
Em outras palavras, é a área que estuda todas as questões referentes ao conhecimento como, por exemplo, a diferença entre conhecimento científico e senso comum ou como o conhecimento se forma.
3 diretrizes da epistemologia
Nesse contexto, a epistemologia compreende 3 diretrizes principais:
O que é crença
A crença é aquilo que as pessoas acreditam que é verdade. Ou seja, uma afirmação que as pessoas confiam que seja verdadeira.
Então, a fé religiosa é uma crença. Por exemplo, a confiança de que Deus existe.
O que é verdade
A definição de verdade não é unânime. Algumas pessoas acreditam que a verdade é o alinhamento da inteligência humana ao objeto de estudo. Outras pessoas, no entanto, acreditam que a verdade é a perspectiva mais aceita na sociedade.
Então, por exemplo, é uma verdade que as notas de dinheiro têm valor. A maioria das pessoas no mundo vão concordar com essa afirmação e existem instituições de organização da sociedade que levam isso em consideração.
Mas é uma perspectiva. Algumas pessoas que convivem da própria subsistência podem acreditar que dinheiro é só um papel.
O que é a justificativa
Por fim, a justificativa é a razão de que alguma crença é verdadeira. Ou seja, os argumentos que utilizam para justificar a veracidade de uma crença.
Qual é o objetivo da epistemologia?
Em resumo, o objetivo da epistemologia é entender as formas pelas quais as pessoas adquirem conhecimento. Sendo assim, todas as questões da epistemologia envolvem três questões principais:
- O que é conhecimento?
- Quais são as fontes do conhecimento?
- Quais são as possibilidades e os limites do conhecimento?
Ou seja, a finalidade central é justificar, de forma objetiva e lógica, a origem do conhecimento.
Para que serve a epistemologia na ciência?
Quando encontra a ciência, a epistemologia serve para mostrar que nenhuma teoria é absoluta. Então, apesar de ser um conhecimento verdadeiro sobrea realidade, o conhecimento científico jamais é estável.
Afinal de contas, as principais características do conhecimento científico é poder ser questionado e, se for o caso, sofrer constantes atualizações.
Por isso que diz que conhecimentos científicos são verdades provisórias. Isso quer dizer que, no atual desenvolvimento científico, essa é uma verdade. Mas nada se garante sobre quais serão as descobertas científicas de amanhã.
E, claro, essa discussão pode ser bem mais profunda. Inclusive, sobre esse tema, dois autores se destacaram bastante: Karl Popper e Thomas Khun. Talvez você já tenha ouvido falar sobre eles.
Em resumo, Karl Popper elaborou o critério da refutabilidade como parâmetro para aceitar ou abandonar uma teoria científica. Ou seja, a premissa de que todo conhecimento científico pode ser provado falso.
Por outro lado, Thomas Kuhn entende o conhecimento científico a partir do movimento de alternância de paradigmas. Isto é, sua teoria explica que os paradigmas se sustentam a partir de sua aceitação pela comunidade científica.
Epistemologia de acordo com Jean Piaget
Jeans Piaget (1896-1980) foi um biólogo e psicólogo que criou a teoria sobre como adquirimos conhecimento, essa teoria foi publicada em 1950 em seu livro A Epistemologia Genética.
Em sua teoria, Piaget descreve que passamos por 4 fases de aprendizado:
- Sensório motor (0 a 2 anos): No ínicio, aprendemos com o mundo ao nosso redor, pegando objetos, colocando na boca ou apenas observando.
- Pré operatório (2 a 7 anos): Começamos a falar e conseguimos entender algumas coisas, como jogos e regras.
- Operatório concreto (7 a 11 anos): Resolveos problemas usando símbolos concretos (dedos para contar, por exemplo) e começamos a dominar escrita e cálculo.
- Operatório formal (11 a 14 anos): Começamos a compreender melhor conceitos mais complexos, como cidadadia, sexualidade, amor, etc.
Piaget defendia que cada pessoa avança nesse processo no seu próprio ritmo, então não é uma linha reta que todos seguem exatamente iguais. Ele também achava que, mais importante do que atingir cada estágio, era entender como cada pessoa progride.
Por isso, para explicar essas mudanças de fase, ele usa dois conceitos:
- Assimilação é quando a criança explora um novo objeto, como um brinquedo, para entender como ele funciona.
- Acomodação acontece depois, quando ela encontra uma nova aplicação para essa habilidade adquirida, transferindo-a para situações diferentes.
Por exemplo, vamos pensar em um livro. Na fase sensório motor, é apenas um objeto para morder ou jogar, não sabemos seu significado. Mas isso muda na frase pré operatória, nela, entendemos que um livro tem histórias e significados.
Referências
CARNEIRO, Sueli. A construção do outro como não-ser como fundamento do ser. 2005. Tese (Doutorado em Educação) – Curso de Educação – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005.
FOCAULT, Michel. A verdade e as formas jurídicas. Rio de Janeiro: Editora Nau, 2005.
HARAWAY. Donna. Saberes localizados: a questão da ciência para o feminismo e o privilégio da perspectiva parcial. Cadernos Pagu, n. 5, p. 07-41, 1995.
Pesquisadora. Mestra em Direito pela UFSC. Acredita que conhecimentos acadêmicos só servem se ultrapassarem os muros das universidades e que conhecimento bom é conhecimento compartilhado e construído por todas as pessoas.