O que é Sociolinguística? Entenda de vez a relação da língua e a sociedade

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A sociolinguística é o estudo da relação entre a língua e sociedade, variações linguísticas e dialetos no Brasil. Quer saber mais? Continue lendo o post.


A sociolinguística é um dos ramos da linguística que estuda a relação entre a língua e a sociedade. Deste modo, ela faz análises de fatores sociais, como classe, gênero, idade e região e como eles influenciam no jeito em que comunicamos.

A sociolinguística vai mais além do que apenas entender variações de vocabulário ou sotaque. Seu objetivo é entender como as dinâmicas sociais refletem, reforçam e até mesmo desafiam a linguagem.

Neste post você vai aprender sobre sociolinguística e como essa área pode ajudar nas interações entre língua e sociedade. Bora lá?

O que é sociolinguística?

A sociolinguística é uma das áreas da linguística, que tem como objetivo estudar a relação entre língua e a sociedade. Por isso do nome (Socio – Sociedade).

Como fatores essenciais de pesquisa, ela leva em conta dados como classe social, gênero, idade, raça, região e contexto histórico. Todos esses fatores mencionados influenciam no jeito em que as pessoas falam e interagem.

Então, diferente de outras áreas da linguística que focam em estruturas internas da língua (fonética, sintaxe e morfologia), a sociolinguística tem o objetivo de entender a diversidade da linguagem no mundo, onde diferentes grupos sociais existem, comunicam-se e influenciam uns aos outros.

É importante destacar que a língua não é homogênea, ou seja, ninguém fala do mesmo jeito, nem mesmo dentro de uma comunidade. Isso acontece pois a língua é moldada pela cultura, relações de poder, tradições e padrões de comportamento social.

Assim, a sociolinguística nos ajuda a entender melhor como a língua funciona na prática e como ela é usada para construir identidades e manter ou desafiar hierarquias sociais.

Como funciona a sociolinguística?

A sociolinguística tem como foco a variação linguística. Essa variação pode acontecer em diferentes níveis da língua: desde o som das palavras (variação fonológica), até o uso de diferentes palavras para se referir a mesma coisa (variação lexical), e também passa pela construção de frases e expressões.

Então, o dialeto é um dos principais conceitos nesta área, já que é descrito como uma variedade de uma língua falada por um grupo específicos de pessoas. A sociolinguística ajuda a entender como e por que esses dialetos variam e o que essas variações dizem sobre a sociedade.

Outra questão é o prestígio linguístico, ou seja, algumas varições da língua são vistas como mais aceitas socialmente, enquanto outras são estigmatizadas. No Brasil, por exemplo, o português falado nas grandes capitais do Sudeste é visto como o jeito “certo” de se falar, enquanto outros diletos como o “caipira” e “nordestino” são vítimas de preconceito.

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Os Diferentes Dialetos no Brasil

Como você deve saber, o Brasil é um país gigante, com uma rica diversidade de dialetos e sotaques. Assim, a sociolinguística nos ajuda a entender como essa variedade reflete a história e formação social do país. Por isso, vamos ver alguns dos dialetos mais cohecimento no Brasil.

1. Português Nordestino

O dileto do Nordeste apresenda algumas particularidades em termos de vocabulário, fonética e gramática. Um traço marcante é a pronúncia de vogais atónas (vogais que não estão na sílaba tônica), que em algums momentos são reduzidas ou eliminadas.

Por exemplo:

A palavra “parede”. Enquanto no português padrão a palavra é pronunciada como pa-re-de, em algumas regiões do Nordeste, pode ser pronunciada como p’rêde, com a eliminação da vogal átona “a” da primeira sílaba.

Assim, apesar de ser um dialeto amplamente falado, o português nordestino enfrenta um grande preconceito linguística, até mesmo muito estigmatizado em filmes e novelas Brasileiras.

2. Português Carioca

O sotaque carioca tem como cacterística o “s” chiado, presente no final das sílabas ou das palavras, como em “mesmo”, que soa como “mexmo”. Como você pode ver neste vídeo da Christiane Torloni em ‘Mulheres Apaixonadas que virou meme no Brasil.

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Mulheres Apaixonadas – Rede Globo

3. Português Gaúcho

O sotaque gaúcho é conhecido por seu tom mais “arrastado” e pelo uso do pronome “tu” com formas verbais conjugadas de maneira particular, como “tu vai” ao invés de “tu vais”, que seria a forma padrão no português.

Este sotaque é conhecido por seu tom mais “arrastado” e pelo uso do pronome “tu” com formas verbais conjugadas de maneira particular, como “tu vai” ao invés de “tu vais”, que seria a forma padrão no português.

4. Português Mineiro

O sotaque mineiro, muito famoso no Brasil é conhecido por seu ritmo mais lento e o uso de sons nasais.O vocabulário mineiro também contém expressões muito características, como “uai”, “trem” e “bão”, que fazem parte do dia a dia dos mineiros e reforçam a ideia de uma cultura fortemente ligada à tradição.

Preconceito Linguístico e identidade

Como você pode ver, a sociolinguística nos ajuda a entender que o julgamento das formas de falar que diferem do padrão é uma forma de discriminação social. Assim como outras formas de preconceito, o preconceito linguístico reforça as hierarquias de poder, onde certos grupo favorecidos socialmente são vistos como bons falantes do português, e outros, falam errado.

O dialeto de todos carregam uma história, cultura e identidade. O jeito que falamos é parte de quem somos e onde pertencemos.

Pesquisadores Sociolinguístas

A sociolinguística é uma área relativamente nova, mas já conta com grandes pesquisadores da área. Vamos ver alguns?

William Labov

Ele foi pioneiro no estudo da variação linguística e no uso de métodos quantitativos para examinar como a língua varia em função de fatores sociais, como classe, gênero e região.

Uma das contribuições mais importantes de Labov foi sua pesquisa na cidade de Nova York, onde ele investigou como a pronúncia do “r” variava entre diferentes classes sociais. Essa pesquisa, publicado em The Social Stratification of English in New York City” (1966).

Joshua Fishaman

Ele foi um dos primeiros a estudar língua e etnia, seu trabalho contribuiu significativamente para o campo da sociolinguística aplicada e da planejamento linguístico.

Fishman acreditava que a língua era um fator crucial para a preservação cultural de grupos minoritários e dedicou grande parte de sua carreira a entender como as políticas de educação e as práticas sociais podem ajudar na revitalização de línguas ameaçadas

Peter Trudgill

Trudigil em sua pesquisa demonstrou como os sotaques e as formas de falar variam significativamente em diferentes partes do país. Seu livro Sociolinguistics: An Introduction to Language and Society” (1974) tornou-se um texto fundamental para estudantes e estudiosos da área, introduzindo conceitos-chave da sociolinguística e mostrando como a língua está intimamente conectada com a organização social.

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