Como fazer um poema? Veja nossas dicas e exemplos

Como escrever poema? O poema é um texto literário em versos e estrofes que promove pensamentos e sentimentos para quem escreve e para quem lê.

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Sumário

1. O que é um poema?
2. Qual é a diferença entre poema e poesia?
3. Estrutura do poema
4. O que é rima?
5. O que é métrica?
6. Dicas de como escrever poema de forma autêntica
7. Exemplos de como escrever poema
8. A Mettzer pode te ajudar na técnica de como escrever poema

A poesia não é um luxo — explicou a escritora estadunidense e feminista negra, Audre Lorde. A poesia serve como uma forma de iluminação “pois é pela poesia que nós damos nome àquelas ideias que estão inominadas, ainda por nascer, mas já sentidas”.

No livro Irmã Outsider, lançado no Brasil em 2019, Audre Lorde deixa claro que existe uma coisa que vai além da parte técnica na escrita dos poemas. Tem o lado mágico e as consequências para quem escreve e para quem lê. Não dá para ensinar essa parte em um simples artigo.

Mesmo assim, saber a parte técnica pode ajudar a colocar a mágica no papel. A técnica é fundamental para promover a experiência e as sensações que o poema se propõe.

Pensando disso, o objetivo desse artigo é explicar o que é e qual é a estrutura e, especialmente, dar dicas práticas de como escrever poema 🙂

O que é um poema?

Antes de mais nada, vamos começar pelo conceito de poema. Para a literatura, o poema é um texto que compreende versos e estrofes (que rimam ou não!) que traduzem pensamentos ou sentimentos da pessoa autora.

No entanto, o objetivo central do poema é promover uma experiência ou uma sensação para as pessoas que estão lendo.

Para transmitir isso, a pessoa autora usa diversos recursos especiais da língua portuguesa, como, por exemplo, figuras de linguagem, metáforas, hipérboles, eufemismos e por aí vai.

Mas existe um ponto fundamental nessa história: se engana quem pensa que os poemas são apenas para pessoas intelectuais ou cultas — seja lá o que isso significa.

Cada vez mais, os ambientes acadêmicos e profissionais estão valorizando as formas inovadoras de se comunicar. Ou seja, textos que não só comuniquem uma informação, mas que também provoquem sensações e promovam experiências.

Qual é a diferença entre poema e poesia?

Como você já sabe, poema é um texto literário que compreende versos, estrofes e, muitas vezes, rimas. A poesia, por outro lado, é simplesmente uma manifestação artística que promova sentimentos.

Isso significa que a poesia pode ser (ou não!) um poema. Mas também pode ser um quadro, uma pintura, uma esculturas e por aí vai 🙂

Estrutura do poema

Agora que você já sabe o que é um poema, vamos à parte prática. Assim como todos os textos, o poema compreende alguns elementos em sua estrutura.

No entanto, é importante dizer que a escrita de poemas pressupõe a liberdade e a autenticidade para se expressar. Então, não cabe em estruturas pré-estabelecidas, tampouco em elementos obrigatórios.

É verdade que alguns elementos se repetem e são bastante comuns nos poemas. Mas não são, de forma alguma, obrigatórios.

O que é rima?

As rimas acontecem quando o som na terminação das palavras são iguais ou parecidos. Os tipos mais comuns de rimas são:

• Rimas toantes: quando a paridade de sons acontece entre as vogais tônicas. Ex: asa, cada.
• Rimas consoantes: paridade completa de sons a partir da vogal tônica. E: asa, casa.

Assim, existem várias formas de dispor as rimas em um poema:

• Rimas emparelhadas: quando elas se dispõem em 2 em 2.
• Cruzadas ou entrelaçadas: quando elas se alternam.
• Enlaçadas: são as que rimam em parelha dois versos entre dois outros que também rimam (abba).
• Misturadas: são as rimas dispostas de forma livre.

O que é métrica?

Em textos poéticos, as métricas definem um número de sílabas para os versos do poema.

É bastante comum que as pessoas poetas coloquem ritmo em seus versos. Ou seja, literalmente “façam música com as palavras”.

Para colocar ritmo em um verso, as pessoas autoras devem dividir o poema em intervalos regulares. Essa é a métrica dos versos.

Dicas de como escrever poema de forma autêntica

Bom, a primeira coisa que eu quero te falar é que escrever poesias não é uma habilidade que as pessoas nascem sabendo. Como se fosse um dom divino ou algo desse tipo.

Ok, uma facilidade para escrever bem pode ajudar bastante. Não posso negar. Mas não é só isso.

Na prática, você pode aprender como se comunicar de forma mais autêntica, criativa e expressar seus pensamentos e sentimentos. Isso tudo cabe em um poema. Então, por que não? 🙂

Além do mais, você já deve imaginar que não existe uma receita de bolo ou uma fórmula mágica de como escrever poema. Pelo menos, não de como escrever poemas realmente bons.

Cada pessoa autora deve desenvolver a sua forma de se expressar, dentro do tema e da mensagem que quer enviar para a pessoa autora.

No entanto, existem algumas dicas que podem te ajudar nesse processo. Então, bora? 🙂

Tenha um objetivo em mente

O primeiro passo para escrever um bom poema é focar em seu objetivo. Como você já sabe, o poema é uma linguagem assertiva e objetiva. Então, você precisa saber a finalidade do poema para não ficar abstrato demais.

Essas duas perguntas podem te ajudar nisso:

• Que tipo de reação você quer causar na pessoa leitora?
• Há algo específico que você quer descrever?

O objetivo do seu poema é o elemento central do seu texto.

Escolha um tema

É possível que, se você já tem um objetivo, está muito perto de também ter um tema para seu texto.

O tema central do seu poema deve ser a combinação de uma ideia com uma opinião. Não basta, por exemplo, que o tema seja “amor“. O termo remete a um significado abstrato, você precisa incluir uma opinião.

Se completar a frase como, por exemplo, “o amor é uma escolha” — como falou bell hooks, você já tem um tema.

Leia bastante

Nada melhor do que ler poemas de outras pessoas autoras para criar boas referências. A partir disso, você pode ampliar o vocabulário, conhecer novas estruturas de frases e formas de se expressar.

Vou deixar aqui a sugestão de algumas poetisas que podem te inspirar:

• Matilde Campilho
• Cecília Meirelles
• Sylvia Plath
• Rupi Kaur
• Letrux
• Tamara Klink
• Wisława Szymborska
• Angélica Freitas
• Gloria Anzaldúa
• Carolina Aleixo

Faça um brainstorming com você

Busque emoções e sentimentos que estão dentro de você. Procure relacionar experiências que você já viveu. Tente lembrar de momentos de inspiração. Ou seja, faça um brainstorming com você.

Apesar de escrever para compartilhar sentimentos e proporcionar emoções nas pessoas leitoras, a verdade é que você não tem controle sobre as emoções que as pessoas leitoras vão sentir.

Então, pegue suas melhores ideias e escreva um poema que realmente te represente.

Tenha constância

Talvez sua avó já tenha te avisado que “fazendo é que se faz“. Ou que a “prática leva à perfeição“. Enfim, o ponto de vista da constância não é necessariamente em relação aos resultados. Mas em relação a praticar os processos e a insistir nas ideias.

Eu sei que fazer um poema exige bastante criatividade. O que eu quero trazer aqui, por outro lado, é sobre aproveitar o processo, sem expectativa e sem compromisso com resultados.

Mesmo porque, como disse Steven Johnson, boas ideias demandam longos períodos de incubação.

Isso não significa que estamos sendo improdutivos. Afinal de contas, todos os processos – inclusive aqueles que “deram errado” – geram aprendizados e fazem parte de um resultado maior.

Em uma entrevista ao Roda Viva, Ferreira Gullar, poeta brasileiro, explicou sobre esse movimento de resistir às ideias, principalmente no processo criativo de escrita:

“[o assunto é] alguma coisa de estranho que a surpresa de um momento te passou, mas o que você vai escrever você não sabe, porque ainda não tá escrito. Compreende? É uma página em branco”.

Em resumo, o que o poeta quis dizer é que é necessário simplesmente começar a escrever e insistir na ideia. Nesse mesmo sentido, Steven Pressfield escreveu, no livro a guerra da arte, sobre o processo de escrita:

“Há um segredo que os verdadeiros escritores conhecem e que os aspirantes a escritor não sabem e o segredo é o seguinte: o difícil não é escrever. O difícil é sentar-se para escrever. O que nos impede de sentar para escrever é a resistência”.

E para praticar a constância, colecione boas perguntas e busque menos verdades absolutas. Faça listas de ideias e separe as ideias em partes menores para digerir cada pedaço.

Essa são dicas especiais da artista plástica Bruna Vettori, que acredita que colecionar boas perguntas é um bom caminho para descobrir novos caminhos. É dela a frase que diz: “As coisas boas levam tempo. Comece o quanto antes”.

Isso significa sentir-se confortável com as dúvidas e anotar os avanços e as dificuldades do trajeto. Criar teorias, validar hipóteses e se acostumar com a característica do processo.

Anote preocupações que podem ocupar espaço na cabeça

Nós vivemos rotinas confusas e desgastantes. Recebemos estímulos por todos os lados e precisamos dar conta de muitas coisas ao mesmo tempo. Você precisa ter boas ideias e pagar boletos no mesmo dia.

Só que, não tem jeito, a criatividade e a poesia precisa de espaço na cabeça para se desenvolver.

Pense como se fosse realmente um espaço físico. Dividir esse espaço com outros tipos de tarefas não é uma boa ideia.

Então, que tal preparar um ritual para planejar o dia pela manhã? Você deve anotar tudo o que vêm à cabeça e as tarefas que precisa fazer no dia e na semana.

Quando as tarefas estiverem no papel, você vai se sentir segura de tirar ela da cabeça.

Se precisar, coloque alarme para lembrar de tarefas importantes e que tenham horário marcado. Retire as notificações de mensagens do celular para que não te interrompam a cada 10 minutos.

Isso vai garantir a tranquilidade que você precisa para investir em uma ideia – e não pensar na lista de supermercado ao mesmo tempo.

Use muitas figuras de linguagem

A língua portuguesa tem várias ferramentas para deixar os textos mais mágicos. As figuras de linguagem são fundamentais para dar ritmo e borogodó para o seu texto.

Use metáforas, hipérboles, eufemismos, pleonasmos, ironia, comparação, onomatopeias e aí por diante. A lista de opções é realmente infinita.

Se conecte com pessoas

Um pesquisador, Kevin Dunbar, desenvolveu uma investigação em grandes laboratórios para descobrir de onde as ideias mais importantes surgem.

Para isso, ele gravou a jornada de trabalho de todas as pessoas do laboratório, desde os momentos isolados no telescópio até as conversas de corredor e no bebedouro.

E a conclusão dele é que, ao contrário do que se imagina, as ideias mais importantes não aconteceram em momentos no telescópio ou no computador, mas em mesas de conferência, quando muitas pessoas compartilham sobre suas descobertas, sobre suas dificuldades e erros de percurso.

Aí está a grandeza dos compartilhamentos e das conexões com pessoas diferentes, para conhecer novos pontos de vista e experimentar a ideia por outros ângulos.

É sempre bom ter cuidado com verdades absolutas. O grande aprendizado surge quando nos colocamos em estado de aprendizagem.

Então, ao invés de proteger ideias em segredo, é importante ouvir outras opiniões, comentar sobre os projetos com pessoas e escutar o que elas têm para dizer. Steven Johnson diz que “a sorte favorece as mentes conectadas“.

Sobre esse assunto, vou deixar a ideia de um vídeo da Chimamanda Ngozi Adichie, que fala especialmente sobre o perigo da história única.

Essa história também é contada em formado de livro, bem curtinho e gostoso de ler:

Exemplos de como escrever poema

Aqui estão alguns exemplos — das minhas autoras preferidas — de como escrever poema. Você vai perceber que eles não seguem roteiros pré-estabelecidos nem se encaixam em regras gerais:

Escrevendo um currículo – Wislawa Szymborska

O que é preciso?

É preciso fazer um requerimento

e ao requerimento anexar um currículo.

O currículo tem que ser curto

mesmo que a vida seja longa.

Obrigatória a concisão e a seleção dos fatos.

Trocam-se as paisagens pelos endereços

e a memória vacilante pelas datas imóveis.

De todos os amores basta o casamento,

e dos filhos só os nascidos.

Melhor quem te conhece do que o teu conhecido.

Viagens só se for para fora.

Associações a quê, mas sem por quê.

Distinção sem a razão.

O último poema do último romance – Matilde Campilho

Era capaz de atravessar a cidade em bicicleta só para te ver dançar.

E isso

diz muito sobre minha caixa torácica.

brônquios – Letrux

país emboscado

coração embarca idem

não consigo decidir se abandono as regras cidadânicas

o desodorante, o whatsapp, sinal vermelho para pedestres

e abraço de vez os terreiros e a oceanide

com máscaras de pano e máscaras de snorkel

ou se aceito débito ou crédito

em troca de aluguel de cilindro para que eu possa

(os que lucram bilhões

não ficariam felizes em lucrar milhões?)

estou cada vez mais consciente

onde dá e onde não dá pé

ctônica por nascimento astral

pelágica por desejo abissal.

A Mettzer pode ajudar na técnica de como escrever poema

Não sei se você sabe, mas a Mettzer é um ferramenta que pode te ajudar na sua vida acadêmica.

Para começar, você precisa pesquisar suas referências bibliográficas em uma base de dados confiável e bem qualificada. Imagina só usar fake news no seu referencial teórico, né?

Mas eu tenho uma boa notícia: a gente pode te ajudar nisso.

A plataforma da Mettzer une duas características fundamentais para desenvolver pesquisas: facilidade no acesso e segurança das informações.

Isso porque, através do Hub da Mettzer, é possível procurar bibliografias  e referências bibliográficas para usar como fonte de pesquisa.

Para pesquisar no Hub, você precisa digitar as palavras-chave sobre o tema que você quer pesquisar. Assim como uma pesquisa no Google.

Pronto! Nós te apresentamos uma lista de trabalhos sobre esse tema para te ajudar.

Muito além da facilidade de pesquisar, todos resultados da Mettzer são trabalhos construídos na própria plataforma. Quer dizer, você pode confiar.

E a melhor parte: o Hub da Mettzer é completamente livre e gratuito. Você pode usar e pesquisar quantas vezes quiser. Sem pagar nada.

Além disso, a plataforma da Mettzer é integrada ao Google Books. Então, você pode simplesmente pesquisar pelo nome da pessoa autora ou título do livro no gerador de referências.

Nós encontramos o livro na base de dados e gerados a referência conforme as normas da ABNT. Como de costume, de forma automática.

É que, não sei se você já sabe, mas o editor de texto da Mettzer formata todo trabalho de forma automática nas normas da ABNT.

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