A pesquisa empírica, diferentemente da teórica, produz e analisa dados realísticos, de modo factual.
O que é pesquisa empírica?
Conceito de pesquisa empírica
A pesquisa empírica, também chamada de pesquisa de campo, pode ser entendida como aquela em que é necessária comprovação prática de algo, especialmente por meio de experimentos ou observação de determinado contexto para coleta de dados em campo.
Geralmente a escolha da metodologia de um TCC, monografia, ou qualquer outro tipo de pesquisa passa pela pesquisa empírica, pesquisa teórica ou prática. Podendo, a depender do objeto, serem somadas.
Na relação com a teoria a pesquisa empírica serve para ancorar e comprovar no plano da experiência aquilo apresentado conceitualmente, ou, em outros casos, a observação e experimentação empíricas oferecem dados para sistematizar a teoria.
A valorização desse tipo de pesquisa é pela “possibilidade que oferece de maior concretude às argumentações, por mais tênue que possa ser a base fatual.
Então, a principal finalidade desta pesquisa é testar hipóteses que tratam de relações de causa e efeito.
Neste sentido, o significado dos dados empíricos depende do referencial teórico, mas estes dados agregam impacto pertinente, sobretudo no sentido de facilitarem a aproximação prática.
Quatro formas de conhecimento
Tendo em vista que as formas de pesquisa advém das formas de “conhecer” o mundo, podemos aprofundar o estudo para as formas de conhecimento.
Isto porque todo o conhecimento humano reporta a um ponto de vista e a um lugar social, e se relaciona diretamente com os métodos de pesquisa.
1. Conhecimento empírico
Reafirmando o que já foi dito até aqui, o conhecimento empírico é o conhecimento adquirido no cotidiano, por meio de experiências.
Ou seja, é construído por meio de tentativas e erros e caracterizado pelo senso comum pela forma espontânea e direta de compreendermos algo.
Neste termos, o principal mérito do método empírico é o de assinalar com vigor a importância da experiência na origem dos nossos conhecimentos.
O conhecimento empírico se constitui, assim, em outra forma de conhecer e
de se colocar no mundo.
Principais características
- É o conhecimento obtido ao acaso, após inúmeras tentativas, ou seja, o conhecimento adquirido através de ações não planejadas.
- Ademais, deve ser obtido no dia a dia, que se obtém pela experiência cotidiana. É espontâneo, focalista, sendo por isso considerado incompleto, carente de objetividade.
- Ocorre por meio do relacionamento diário das pessoas com as coisas.
- Não há a intenção e a preocupação de atingir o que o objeto contém além das aparências.
- Fundamentado apenas na experiência, doutrina ou atitude, que admite quanto à origem do conhecimento de que este provenha apenas da experiência.
2. Conhecimento filosófico
A palavra filosofia foi introduzida por Pitágoras, e é composta, em grego, de philos, “amigo”, e sophia, “sabedoria”
A Filosofia é a fonte de todas as áreas do conhecimento humano, e todas as ciências não só dependem dela, como nela se incluem.
Deste modo, a filosofia é a ciência das primeiras causas e princípios e destituída de objeto particular, assume o papel orientador de cada ciência na solução de problemas universais.
Progressivamente, constata-se que cada área do conhecimento desvincula-se da Filosofia em função da forma como trata o objeto, que é para a mesma, a matéria.
Importa entender que, se há generalidades não há consenso.
3. Conhecimento científico
O conhecimento científico surge com Galileu Galilei (1564-1642).
Os gregos distinguiram no século VII a. C. a diferença entre o conhecimento racional, que seria científico e mediado pela razão, e o conhecimento mítico, inspirado pelos deuses e do qual se fala sem nenhuma preocupação em relação à prova dos acontecimentos.
Deste modo, o conhecimento científico surge a partir: da determinação de um objeto específico de investigação; e da explicitação de um método para essa investigação.
A Ciência caracteriza-se como uma forma de conhecimento objetivo, racional, sistemático, geral, verificável e falível.
As áreas da Ciência podem ser classificadas em duas grandes dimensões:
puras (o desenvolvimento de teorias) e aplicadas (a aplicação de teorias às necessidades humanas); ou naturais (o estudo do mundo natural) e sociais (o estudo do comportamento humano e da sociedade).
4. Conhecimento teológico
É o conhecimento revelado pela fé divina ou crença religiosa.
Portanto, não pode ser confirmado ou negado e depende da formação moral e das crenças de cada indivíduo.
Por exemplo: acreditar que alguém foi curado por um milagre/ ou acreditar em Deus/ em reencarnação, etc.
O conhecimento teológico, ou místico, é fundamentado exclusivamente na fé humana e desprovido de método.
É alcançado através da crença na existência de entes divinos e superiores que controlam a Vida e o Universo.
Alguns exemplos são os textos sagrados como a Bíblia, o Alcorão, dentre outros.
Importância da pesquisa empírica com exemplos
A pesquisa empírica é fundamental para a comprovação da teoria e à sua validação, especialmente em determinadas áreas como as Ciências Biológicas, Ciências Sociais Aplicadas ou a Arquitetura.
Nestas áreas, a teoria trabalha muitas vezes a serviço da prática, e sem esta última perde até mesmo seu objetivo.
Ainda assim, algumas vezes a pesquisa empírica ainda pode ser classificada como uma categoria “menor” de pesquisa, por supostamente envolver menos “esforço intelectual” e mais “esforço braçal”.
Neste sentido, temos que este é um preconceito antigo e sem fundamentos já que cada método serve para um fim distinto, e são, de modo geral, complementares.
No entanto, ao contrário da pesquisa teórica, a pesquisa empírica não é autossuficiente, ou seja: não se sustenta dissociada absolutamente da teoria, fundamental à sistematização do conhecimento.
Assim, serve para dar fundamento aos experimentos realizados e dados observados ou colhidos em campo.
Como fazer pesquisa empírica
A pesquisa empírica pode ser realizada de diversas formas, a depender objeto e objetivo do seu estudo.
Portanto, não há uma única forma de se fazer pesquisa empírica, o que deverá ser pensado com atenção para cada caso.
Ainda assim, destacamos a título de exemplificação, duas modalidades de pesquisa empírica: a pesquisa etnográfica e a pesquisa etnometodológica.
Pesquisa etnográfica
A pesquisa etnográfica segue a metodologia etnográfica, uma metodologia que faz parte das ciências sociais, especialmente da Antropologia.
O conceito significa a descrição cultural de um povo (do grego ethnos, que significa nação e/ou povo e graphein, que significa escrita).
A etnografia estuda os padrões mais previsíveis das percepções e comportamento manifestos na sua rotina diária dos sujeitos estudados.
Por isso, uma característica importante a se destacar é que a utilização de técnicas e procedimentos etnográficos não segue padrões rígidos ou pré-determinados, o que deve guiar este processo é realmente o senso desenvolvido pelo etnógrafo a partir do trabalho de campo no contexto social da pesquisa.
Neste sentido, muitas vezes os instrumentos de coleta de dados e análise de dados utilizados nesta abordagem de pesquisa têm que ser formuladas ou recriadas buscando atender à realidade do trabalho de campo.
Pesquisa etnometodológica
Em outro sentido, a etnometodologia é a pesquisa empírica dos métodos que os indivíduos utilizam para dar sentido e ao mesmo tempo realizar as suas ações de todos os dias: comunicar-se, tomar decisões, raciocinar.
A etnometodologia é, portanto, o estudo das atividades cotidianas, quer sejam triviais ou eruditas, considerando que a própria sociologia deve ser considerada como uma atividade prática.
Pesquisa empírica e pesquisa prática
Além de compreender o que é a pesquisa empírica, também deve-se compreender que a pesquisa empírica é diferente da pesquisa prática. Mesmo que, por vezes, se pareçam em terminologia.
A pesquisa prática é diretamente ligada à práxis, ou seja, à prática histórica em termos de conhecimento científico para fins de intervenção.
Apesar de não esconder a ideologia, tampouco perde o rigor metodológico.
Assim, métodos qualitativos que seguem esta direção são, por exemplo: a pesquisa participante e a pesquisa-ação em que, geralmente se faz a devolução dos dados à comunidade estudada para as possíveis intervenções.
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Doutoranda no programa Interdisciplinar em Ciências Humanas. Bacharela e mestra em Direito e pesquisadora desde o primeiro semestre da faculdade.