O que é o movimento anticiência e como se sustenta o discurso das pessoas que se negam a tomar vacinas

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O movimento anticiência é um discurso que se opõe à ciência, com o objetivo de defender posições econômicas, políticas e até religiosas.


Sumário

  1. O que é anticiência?
  2. O movimento anticiência na atualidade
  3. Como funciona o discurso anticiência?
  4. Táticas da anticiência
  5. Conte com a Mettzer para ajudar no seu trabalho

No início de 2020, a comunidade se uniu de uma forma nunca antes vista na história. O motivo era bastante claro: salvar a humanidade de um vírus perigoso e, até então, desconhecido.

No fim das contas — não sem bastante sofrimento, missão foi um sucesso: a vacina está aí e já é possível falar que a pandemia do Covid-19 é uma história do passado.

Diante disso, era esperado que a valorização da ciência e de seus métodos se tornassem ainda mais valorizados e respeitados.

Mas não foi bem assim que aconteceu. Pelo menos, não de forma unânime. Ao contrário do que se imaginou, o movimento antivacina e anticiência foi tomando ainda mais força.

Pensando nessa história toda, o objetivo deste artigo é explicar o que é e quais são as principais táticas da anticiência 🙂

O que é anticiência?

Para começar, é importante voltar alguns passos e compreender o conceito de anticiência. De forma geral, o termo anticiência se refere à pessoas — ou grupo de pessoas — que se opõem à ciência.

Ou seja, são pessoas que não acreditam (ou pelo menos, se dizem não acreditar) na credibilidade dos conhecimentos científicos.

Então, os grupos de pessoas que se mobilizam a afirmar que a terra é plana, que negam as mudanças climáticas em razão das ações das pessoas ou sobre os alimentos transgênicos são exemplos de movimentos anticiência.

No entanto, esses argumentos não são novos. Uma pesquisa do Instituto Gallup, de julho de 2019, investigou o grau de confiança na ciência entre mais de 140 mil pessoas em 144 países.

Os dados constataram que, no Brasil, 73% das pessoas desconfiavam da ciência e 23% acreditavam que a produção científica contribui pouco para o desenvolvimento do país.

E o Brasil não foi um caso isolado. Na França e no Japão os índices de desconfiança chegaram a 77% das pessoas entrevistadas.

Além do mais, sobre a relação entre a ciência e a religião, o relatório Wellcome Global Monitor apontou que 64% das pessoas, diante de um conflito que os oponha, disseram confiar mais na religião.

Mas estão crescendo muito nos últimos tempos. A professora Thaine Oliveira, do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da Universidade Federal Fluminense explica que:

“Se, antes, esse movimento era estigmatizado e estava à margem da sociedade, nesse contexto ele está em espaços centrais nas tomadas de decisões. Tem sido crescente a presença desses indivíduos entre lideranças em diversos países. São pessoas que prezam por uma política que não é baseada em evidências científicas. Não se trata de um movimento homogêneo, mas de uma relação complexa de intensas disputas pela informação, na qual a ciência tem sido um dos alvos principais de ataques”

Professora Thaiane Oliveira, especialista no tema

O movimento anticiência na atualidade

De fato, o movimento científico está passando por uma crise de confiança. Inclusive, existem até antigos presidentes de países como grande oposição.

Contudo, é importante ter em mente que as manifestações anticiência não são exclusivamente questionamentos contrários à ciência. Mas também um discurso que tem o objetivo de descredibilizar a ciência para defender suas próprias posições econômicas, políticas e até religiosas.

Na prática, as pessoas anticiência tendem a apresentar uma confiança excessiva em seu nível de compreensão sobre o assunto científico ao qual se opõem.

Sobre isso, a revista PLOS Biology publicou uma pesquisa com mais de 2 mil pessoas adultas no Reino Unido, que investigou a associação entre conhecimentos científicos e a crença em seu próprio entendimento no tema.

As conclusões dos dados indicam que essas pessoas apresentam, em grande maioria, um conhecimento relativamente baixo de materiais didáticos sobre o tema.

Em contrapartida, na continuidade da pesquisa, as pessoas anticiência se mostraram extremamente confiantes em relação ao seu próprio entendimento e em sua própria compreensão sobre o assunto.

A pesquisa concluiu, portanto, que, psicologicamente, o fato pode ser explicado: para manter uma opinião forte, mesmo diante de desconhecimento, é necessário acreditar fortemente na sua compreensão dos fatos.

detector de plágio

Como funciona o discurso anticiência?

Em um artigo publicado no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), pessoas pesquisadoras da Universidade Estadual de Ohio, nos Estados Unidos, e da Universidade de Toronto, no Canadá, tentaram entender quais os fatores podem explicar atitudes (e crenças) anticientíficas.

O estudo constatou quatro bases centrais dos princípios que baseiam o pensamento anticiência:

  1. A falta de credibilidade nas fontes de informação científicas, a partir da percepção que cientistas são pessoas inexperientes, não confiáveis ou tendenciosas;
  2. As informações sociais que ativam identidades sociais de alguém como membro de um grupo que mantém atitudes anticientíficas ou que são sub-representadas na ciência.
  3. Quando a mensagem científica contradiz o que as pessoas acreditam ser verdade, favorável ou moral.
  4. Quando existe incompatibilidade na entrega da mensagem científica, em razão da falta de capacidade da pessoa receptora compreendê-la.

No podcast Ciência USP, o professor Wellington Zangari, do Laboratório de Estudos Psicossociais do Instituto de Psicologia da USP, explica melhor como essa pesquisa foi conduzida e quais as suas conclusões:

Destaque do Ciência USP #42: O que explica o movimento anti vacina, a negação das mudanças climáticas e o terraplanismo?

Táticas da anticiência

Nessa perspectiva, as táticas da anticiência se baseiam nas seguintes atitudes:

  • Tentativa de descredibilizar os resultados científicos e as pessoas cientistas — como fazer as pessoas acreditarem que nas universidades só existe bagunça.
  • Uso de argumentos falhos para provar uma posição correta ou incorreta.
  • Substituição da ciência por evidências das pseudociências ou argumentos religiosos.
  • Tentativa de identificar evidências científicas como teorias da conspiração, como, por exemplo, quem tomar vacina vai virar um jacaré.
  • A negação pura e simples, como o negacionismo em relação à existência da pandemia do Covid-19;
  • A ocultação de fatos observados.

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