Quantas formas de conhecer e interpretar o mundo existem? Vem conhecer os 4 tipos de conhecimento e como se organizam 😉
“Eu li num anúncio, eu vi no espelho. Tá lá no evangelho, garantem os orixás. Consta nos autos, nas bulas, nos dogmas. Eu fiz uma tese, eu li num tratado. Mas se a ciência provar o contrário e se o calendário nos contrariar”.
Quantas formas de conhecer e interpretar o mundo existem? A ciência, o senso comum, as religiões, a filosofia… cada uma tem uma forma diferente de interpretar a realidade.
Mas todas também têm um ponto em comum: o objetivo de organizar informações para explicar ou dar sentido ao mundo e às coisas. Todas essas áreas produzem algum tipo de conhecimento.
Quer dizer: ao contrário do que se pensa, a ciência não é a única forma de acesso ao conhecimento e à verdade.
Se você quer aprender um pouco mais sobre cada um desses tipos, está no lugar certo. Escrevi esse conteúdo pensando nisso. Você vai gostar de conhecer 🙂
O que é conhecimento
A palavra conhecimento tem origem no latim, da palavra “cognoscere“, que significa “ato de conhecer”
De forma simples, é possível dizer que conhecer é elaborar um modelo de realidade.
O conhecimento é, portanto, uma forma de compreender a realidade. Essa representação a realidade fundamenta-se nos sentidos e na percepção, na imaginação ou no intelecto; na ideia de verdade ou de falsidade.
A partir desses modos, as pessoas criam códigos de interpretação das coisas que existem. Estabelece-se, pois, uma relação entre o sujeito – que é aquele que conhece – e o objeto – que é aquilo a ser conhecido -.
Ao longo da história, as pessoas construíram muitas formas de conhecimento, como uma forma de dar sentido à própria vida e transmitir informações necessárias para sobrevivência da espécie.
Quais os Tipos de conhecimento?
Os conhecimentos podem ser pensados a partir de quatro dimensões principais: científico, filosófico, religioso e empírico. Esses são os tipos de conhecimentos diferentes. Vamos conhecer um pouco mais sobre cada um?
Conhecimento científico
A palavra ciência vem do latim e significa conhecimento. A ciência representa todos os conhecimentos obtidos a partir de estudos e práticas, para encontrar solução de algum problema.
Para ser científico, o conhecimento deve ser validado e demonstrado através de investigações e experimentações.
A conhecimento científico é o tipo de conhecimento passível de teste, racionalmente válido e justificável e que pode ser replicado e alcançado através de estudos, observações e experimentações.
A formação do conhecimento científico passa, de forma obrigatória, pela compreensão de que a ciência atende a um procedimento metódico cujo objetivo é conhecer, interpretar e intervir na realidade.
Isto é, a conhecimento científico é composto principalmente por três elementos: a observação, a experimentação e as leis. Esse é, em linhas gerais, o método científico.
Então, o conhecimento científico jamais será uma mera suposição, porque é um conhecimento obtido como resultado da aplicação do método científico.
Ou seja: em linhas gerais, o conhecimento científico – a partir da pesquisa científica – leva em consideração um conjunto de procedimentos sistemáticos, que se apoiam no raciocínio lógico, e usa métodos científicos para encontrar soluções ou explicar algum tema.
Por ser um conjunto de procedimentos sistemáticos, a pesquisa científica pode ser classificada quanto à abordagem, à natureza, aos objetivos e aos procedimentos. Em relação à abordagem, por exemplo, a pesquisa pode ser qualitativa ou quantitativa. Mas você pode ler mais sobre os tipos de pesquisas científicas.
Exemplo de conhecimento científico
O Brasil ocupa o nono lugar no ranking de publicações científicas no mundo. Na América Latina, nosso país ocupa o primeiro lugar.
A ciência é fundamental para a construção, aquisição e manutenção do conhecimento. Aqui se encaixam os diversos tipos de pesquisa científica, como TCC, monografia, iniciação científica, dissertação e tese.
É por meio dessas pesquisas que podemos compreender o mundo em sua complexidade e solucionar problemas. Só assim encontramos possibilidades de transformar o mundo em que vivemos. Ou, pelo menos, de transformar algumas práticas do mundo.
O conhecimento científico que nos proporcionou, por exemplo, encontrar a cura de diversas doenças, a partir de novos medicamentos. Todas as vacinas de doenças foram alcançadas através da pesquisa científica.
Também é a partir da ciência que surgem novas tecnologias de proteção ambiental. É a partir da ciência que são feitas análises de impactos socioambientais. Ou, a invenção de um novo tipo de material que substitua um material poluente. Foram cientistas que descobriram como funciona o sistema solar e como funcionam os sistemas sociais.
Quer dizer, ao responder a grandes perguntas e solucionar desafios importantes da sociedade, a ciência constrói conhecimento, melhora educação e a qualidade de vida das pessoas, reduzindo desigualdades e construindo pontes.
Conheça a profissão dos cientistas e pesquisadores
Os cientistas e pesquisadores são pessoas que desenvolvem pesquisas, a partir de um método científico. Em outras palavras, a partir de uma metodologia, testam e comprovam hipóteses para chegar em conclusões nas diversas áreas do conhecimento. Ou seja, são as pessoas responsáveis por produzir e construir a ciência.
Vincula-se a formalização da profissão de cientista ao processo de institucionalização da ciência no Brasil. O primeiro grande marco foi a criação do Conselho de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ), em 1951.
Quem trabalha com ciência deve ter um foco principal: produzir conhecimento científico. A conclusão do conhecimento científico deve ser algo aplicável na vida das pessoas.
A rotina desses profissionais inclui: desenvolver pesquisas, publicar artigos científicos, participar de eventos acadêmicos, ministrar palestras e realizar treinamentos.
Conhecimento filosófico
O conhecimento filosófico nasce a partir de reflexões que pessoas fazem sobre questões subjetivas.
Surgiu, portanto, da capacidade das pessoas de pensarem sobre questões imateriais, subjetivas e conceituais. Então, é um conhecimento racional.
Caracteriza-se o conhecimento filosófico pelo esforço de questionar os problemas da vida humana, a partir da razão humana.
Esse é o grande mérito da filosofia: desenvolver a capacidade de reflexão e o desenvolvimento do raciocínio nos seres humanos.
Não são teorias que podem ser testadas. Por esse motivo, não é um conhecimento verificável.
Parte de especulações em torno da realidade, tendo com objetivo central a busca pela verdade. O conhecimento filosófico busca, portanto, entender os porquês de tudo que existe.
Daí porque se diz que é um conhecimento ativo, já que coloca as pessoas a pensarem respostas para inúmeras questões.
Em outras palavras, o conhecimento filosófico que construiu algumas ideias e conceitos que explicam questões sobre o mundo e a vida humana que temos nos dias atuais.
Um exemplo desse tipo de conhecimento é: Qual é o sentido da vida? O que é o tempo? Qual é o futuro da humanidade?
Conhecimento religioso
O conhecimento religioso compartilha como os outros tipos de conhecimentos o objetivo de explicar o universo em sua formação e em sua totalidade.
No entanto, a particularidade do conhecimento religioso é se embasar na fé e na crença nos textos sagrados e nas revelações divinas. Ou seja: fundamenta-se na fé.
Em outras palavras, acredita-se que a religião é a verdade absoluta, que explica todos os mistérios que rondam a mente humana.
Em geral, os dogmas religiosos estão nos textos sagrados, como a Bíblia, o Alcorão, etc.
Parte-se, portanto, da compreensão e da aceitação de que existe um Deus – ou deuses – que constitui a razão de ser de todas as coisas. A verdade que Deus revela não é algo discutível, nem questionável às pessoas que acreditam.
Não é, portanto, um conhecimento racional. Nem mesmo precisa de comprovação científica. Afinal, a razão não precisa compreender os dogmas religiosos, apenas aceitá-los.
Os dogmas religiosos reforçam questões comuns na religião: por exemplo, a divisão entre o que é profano e o que é sagrado. O que é pecado e o que é milagre. A partir dessas ideias, confirma-se uma hierarquização de poder dos seres divinos sobre os seres humanos.
Conhecimento empírico
A palavra empírico vem do grego e significa experiência. Então, o conhecimento empírico – ou senso comum – resulta das observações e das experiências das pessoas.
Em outras palavras, parte de um conhecimento popular, que tem origem nas observações do cotidiano. Muitas vezes, é um conhecimento que vem de uma experiência particular que se assume como uma verdade universal e coletiva.
Um exemplo é um agricultor que, sem estudar sobre o assunto, sabe exatamente quando plantar e colher cada vegetal. Isso porque aprendeu com os resultados de plantios e colheitas anteriores.
O senso comum é, portanto, o conjunto de saberes que oferece respostas às questões frequentes do dia a dia, mas que são simples constatações. Quer dizer, não têm comprovação científica.
Muitas vezes, o conhecimento empírico é aquele saber transferido de geração em geração.
Por exemplo, colocar um pedacinho de algodão na testa do bebê para fazer parar o soluço. Você já ouviu isso?
É um conhecimento que minha avó passou para minha mãe. Espalhou por toda família. Minha avó, com certeza, aprendeu com sua avó. E aí por diante. Esse é um saber empírico.
Afinal de contas, não existe comprovação científica – nem mesmo (que eu saiba) uma pesquisa – que garante que utilizar o algodão realmente resolve.
É, contudo, um conhecimento a partir de simples observação. Ou seja: é apenas uma dedução. Por esse motivo, é passível de erro.
Um exemplo bastante usado é que, durante muitos séculos, a partir de conhecimento empírico, se aceitou que o Sol girava em torno da Terra. Mais tarde, a ciência comprovou que, na verdade, a Terra é que gira em torno do Sol.
Agora uma tabela para você entender um pouco melhor sobre os diferentes tipos de conhecimento:
Claro, aqui está uma versão revisada da tabela:
Comparação com Outros Tipos de Conhecimento
Tipo de Conhecimento | Descrição | Método de Aquisição | Base de Validação |
---|---|---|---|
Empírico | Conhecimento comum ou senso comum, adquirido pela interação e observação direta do ambiente. | Observação direta e experiência pessoal. | Superficial, sujeito a erros. |
Científico | Baseado em fatos verificados por meio de métodos analíticos e testes rigorosos. | Experimentação e análise científica. | Lógica e pensamento crítico. |
Religioso | Fundamentado na fé, considerando verdades absolutas derivadas de dogmas religiosos. | Fé e interpretação de escrituras sagradas. | Inquestionável pela fé. |
Filosófico | Envolve reflexões e especulações sobre o mundo, sem necessidade de comprovação científica. | Reflexão racional e especulação sobre questões existenciais. | Racional, não verificável. |
Diferença entre conhecimento científico e conhecimento empírico
A principal distinção é que o conhecimento empírico não segue o método científico. Daí porque se diz que não tem uma comprovação científica. Já que resulta de mera dedução, a partir de observações e de experiências.
Por outro lado, a formação do conhecimento científico passa, de forma obrigatória, pela observância de um procedimento metódico cujo objetivo é conhecer, interpretar e intervir na realidade.
Um exemplo clássico da diferença entre esses dois tipos de conhecimento é o chá de boldo e o omeprazol.
O chá de boldo é um conhecimento empírico, que surgiu a partir da experiência de alguém que estava com dor no estômago, tomou o chá e constatou que aliviou a dor. Posteriormente, essa pessoa passou esse conhecimento adiante. Contudo, não existe comprovação científica de que realmente funciona.
O omeprazol, por outro lado, é um exemplo de conhecimento científico, já que é um remédio testado em laboratórios, cuja eficiência contra dores no estômago foi comprovada a partir de técnicas e métodos científicos. Entendeu? 🙂
Quer entender melhor? Veja nosso vídeo?
Formatação automática de trabalhos acadêmicos na ABNT
Formatar corretamente o seu trabalho é um passo fundamental para garantir adequação aos padrões científicos.
Porém, sabemos que essa tarefa não é tão simples, né?
Por isso, a Mettzer tem as ferramentas que você precisa para deixar sua vida acadêmica mais leve!
Afinal, o editor de texto de Mettzer formata qualquer trabalho acadêmico — automaticamente — nas normas ABNT. Isso mesmo, formatação automática da capa até as referências 😉
Além disso, nosso editor gera citações e referências de maneira automática para você!
Assim, você não precisa se preocupar com os detalhes exigidos pela ABNT e pode dedicar seu tempo para o que realmente importa: pesquisar e desenvolver o conteúdo do seu trabalho.
Inclusive, você pode começar seu texto a partir de um modelo de trabalho – seja um TCC, uma monografia, dissertação e até tese.
Ah, e tem mais — a Mettzer conta também com um verificador de plágio para garantir a originalidade dos seus trabalhos acadêmicos.
Incrível, né?!Você pode fazer um teste gratuito por 7 dias 🙂
Perguntas frequentes
O conhecimento empírico é baseado em experiências pessoais, observações e informações adquiridas por meio dos sentidos. Ele tende a ser subjetivo e não sistemático, muitas vezes dependendo da intuição e da perspectiva individual. Por outro lado, o conhecimento científico é obtido por meio de métodos científicos, como observação cuidadosa, experimentação e análise de dados. É objetivo, baseado em evidências mensuráveis e sujeito a revisão e validação por outros cientistas.
Esse tipo de conhecimento pode fornecer insights rápidos e espontâneos que não são facilmente acessíveis por meio de processos racionais ou análise lógica. Esses insights intuitivos podem ser valiosos na tomada de decisões, especialmente em situações complexas e incertas. No entanto, é importante equilibrar o conhecimento intuitivo com outras formas de conhecimento e informações disponíveis, para evitar viéses e tomar decisões mais informadas e fundamentadas.
Pesquisadora, mestra em Direito pela UFSC e redatora na Mettzer. Seu objetivo é transformar temas em conteúdos claros e úteis para o dia a dia de todas as pessoas.